Este artigo analisa os diferentes domínios dos objetivos pedagógicos na formação profissional.
Quando definimos objectivos de formação, temos em vista a aquisição por parte dos formandos de determinadas capacidades ou comportamentos.
Tais capacidades ou comportamentos podem ser de tipo muito diverso, desde conhecimentos simples e limitados, à realização de gestos profissionais complexos, passando pela apreciação ou valorização de obras de arte.
Esta diversidade que corresponde à diversificação das capacidades e comportamentos humanos é geralmente agrupada e classificada em três domínios principais: domínio cognitivo, domínio afetivo e domínio psicomotor.
Domínio cognitivo
Domínio da atividade intelectual ou mental.
Envolve conhecimentos e aptidões intelectuais. É o domínio do conhecimento e do pensamento. Evidencia o saber do formando e a forma como este se manifesta.
O saber consiste em:
- lembrar-se de uma informação, mas também;
- compreender e interpretar uma situação;
- resolver um problema.
Exemplos
- conhecer os sinais de trânsito
- refletir sobre a melhoria das regras de trânsito
Domínio afectivo
Estes objetivos são do domínio dos fenómenos da sensibilidade.
Envolvem interesses, atitudes, valores, (que já possuem ou que devem adquirir), atividades ou comportamentos que têm uma conotação com agrado ou desagrado, com adesão ou rejeição. É o domínio do sentir, dos sentimentos e emoções.
Exemplos:
- respeitar as regras de trânsito
- irritar-se com quem não cumpre as regras de trânsito
Domínio psicomotor
domínio das atividades motoras ou manipulativas.
Envolve aptidões ao nível da motricidade e da manipulação de objetos. É o domínio por excelência da acção.
Exemplos:
- andar de bicicleta
- mudar a roda de um automóvel

Os domínios e os objetivos
A classificação apresentada é uma de entre várias e visa delimitar as grandes orientações do comportamento humano. Contudo, esta demarcação não deve considerar-se rigorosa, pois os domínios não são compartimentos estanques e os seus limites são muito imprecisos.
Na verdade, não existem atividades puramente cognitivas, afetivas ou motoras: uma atitude de aceitação ou rejeição de uma regra supõe o conhecimento dela, tal como a realização de um gesto ou ação motriz supõe um pensamento que os oriente, como aliás o próprio termo psicomotor indica.
Os objetivos de formação, expressando os mais diversos comportamentos que se esperam dos formandos, podem naturalmente situar-se e classificar-se em qualquer dos 3 domínios referidos, segundo o tipo de comportamento que esteja predominantemente em causa.
Exemplos:
- Objetivo do domínio cognitivo – o formando deverá ser capaz de: interpretar um esquema de uma instalação elétrica;
- Objetivo do domínio afetivo – o formando deverá ser capaz de: valorizar a importância do trabalhos de grupo;
- Objetivo do domínio psicomotor – o formando deverá ser capaz de: ajustar a folga de uma válvula.
É importante para o formador saber quais os domínios em que se situam as capacidades ou comportamentos que é suposto o formando adquirir, porque os conhecimentos ou atividades mentais não são diretamente observáveis (não temos um acesso direto ao conhecimento, mas sim à representação que cada um tem desse conhecimento), assim como os fenómenos afetivos, exigindo do formador a utilização de estratégias para poderem ser apresentados em termos de objetivos operacionais.
Nesta situação, depois de identificar a competência a adquirir, o formador terá de encontrar um comportamento diretamente observável que mostre a competência desejada.
Exemplos:
- competência – apreciar música clássica;
- comportamento observável – reconhecer 5 obras musicais de diferentes autores clássicos.
A seguir: Operacionalização dos objetivos »