Este artigo aborda os diferentes instrumentos de avaliação do conhecimento na formação. A avaliação de conhecimentos implica a elaboração de provas adequadas, rigorosas e fiáveis.
Testes de Conhecimentos
Os testes, elaborados por cada um de nós, visam avaliar os conhecimentos já obtidos e detetar casos onde não haja ainda sucesso e consolidação da aprendizagem.
A sua elaboração deve responder a certos requisitos, nomeadamente:
- validade do conteúdo do teste;
- adequação ao perfil de cada formando e ao grupo-formação.
A validade do conteúdo decorre de duas condições: a relevância de itens selecionados e a adequação aos objetivos.
A adequação ao perfil dos formandos depende de:
- compreensão do teste;
- linguagem clara e adequada ao nível sociocultural;
- formato: imagens e disposição das perguntas;
- tempo concedido às respostas;
- modo de registo das respostas.
Outra condição para uma boa aplicação, depende também de uma correta relação entre objetivos-itens e sua cotação.
Destaca-se a «construção» de dois tipos de testes ou provas: provas subjetivas e objetivas.
A qualidade dos testes afere-se por várias caraterísticas, das quais selecionamos as mais importantes:
Validade
Os testes devem avaliar os mesmos comportamentos definidos nos objetivos e explicitados em sala;
Diferencialidade
As operações requeridas só devem ser realizadas pelos formandos que atingiram os objetivos. Analisando o índice de diferencialidade do teste, o formador inteira-se dos objetivos atingidos por cada formando e atingidos pelo grupo. Pode assim decidir o meio de resolver as dificuldades de aprendizagem e elaborar outro tipo de testes.
Fiabilidade
O teste deve medir consistentemente a consecução dos objetivos, em qualquer momento e sob quaisquer condições. Para verificar a fiabilidade dum teste, o formador pode aplicá-lo uma segunda vez e analisar a correlação de resultados. É o que se designa por pós-teste.
Objetividade
O critério de sucesso do formando num teste não deve oferecer dúvidas. Mesmo quando usamos testes não-objetivos, esses critérios devem ser explícitos. O grau de objetividade não é uma medida numérica, mas qualitativa. Refere-se a procedimentos e critérios de elaboração, aplicação e correção das provas de avaliação.
Provas Subjetivas
As provas de resposta livre são considerados instrumentos de avaliação do conhecimento subjetivos, pois não há um critério único de avaliar uma dada resposta, ou seja não existe um modelo ou padrão.
Estas provas requerem algumas regras para a sua elaboração:
- Articulação das perguntas aos objetivos e utilização do mesmo tipo de vocabulário para a definição dos objetivos. Ex: expõe os fatores, compara, analisa, etc;
- Escolha apenas de conteúdos fundamentais, pois o tempo reservado à prova não permite testar todos os conteúdos;
- O tempo deve ser cuidadosamente ponderado para cada resposta, do ponto de vista do formando.
As provas de resposta livre ou de resposta livre orientada (ROL) são muito fáceis de elaborar, mas de difícil correção. Vejamos as vantagens e os inconvenientes da sua aplicação.
Vantagens:
- Fáceis de preparar;
- Adaptam-se a qualquer tipo de objetivos;
- Não existe o perigo de acertar por acaso;
- Permitem a cada formando organizar os seus próprios conhecimentos e ser original;
- Dão ênfase à análise, síntese e avaliação.
Inconvenientes:
- Difíceis de avaliar;
- Correção demorada;
- Os conteúdos e os objetivos a testar são em número reduzido;
- Perigo de as perguntas serem muito gerais e não permitirem uma organização original do formando, tornando-se as respostas demonstrações da quantidade de conhecimentos adquiridos sobre o tema.
Provas Objetivas
Existe o entendimento de que as provas objetivas apelam mais à memória do que à compreensão, de permitirem acertar por acaso, da ambiguidade das respostas que as torna pura adivinhação das intenções do examinador.
No entanto, pensa-se hoje que um aprofundamento das suas potencialidades e a maior experiência dos formadores podem torná-las bons instrumentos de avaliação.
Destacam-se as provas mais comuns:
- Provas de resposta de escolha múltipla;
- Provas de resposta por associação;
- Provas de resposta em alternativa;
- Provas de resposta limitada ou de complementação;
- Provas de ordenação.
A seguir: Instrumentos de avaliação de comportamentos e atitudes »