Este artigo visa identificar as caraterísticas de um sistema de classificação e como escolher o que melhor se adapta ao seu grupo de formação.
Finalidades
Uma das finalidades da classificação é transmitir os resultados da aprendizagem. Trata-se de um conjunto vasto de informações sobre os aspetos de desenvolvimento do formando, do seu progresso no domínio cognitivo e socio-afetivo. Daí a sua enorme complexidade.
O sistema tradicional é baseado numa escala de 0 a 20 valores. Durante muito tempo este sistema não levantou dificuldades, mas as novas técnicas pedagógicas e as suas consequências no campo da avaliação trouxeram dúvidas na sua aplicação.
As principais questões colocadas por quem avalia são:
- Que relação estabelecer entre as classificações a dar e as técnicas de avaliação que usei?
- Como hei-de classificar capacidades e comportamentos?
- As caraterísticas discriminadas para a avaliação serão adequadas ao tema que ensino?
- A classificação atribuída diz respeito apenas ao nível atingido no domínio cognitivo ou deve incluir-se o progresso na aprendizagem?
Muitas destas questões podem ser desde logo resolvidas se aplicarmos um plano de classificação adequado.
A classificação é, ainda assim, subjetiva e existem poucas linhas mestras de atuação. No entanto, entre o fator objetividade e o fator subjetividade total, existe uma vasta gama de possibilidades.
O papel da classificação
O papel da classificação, como qualquer sistema de comunicação, está relacionado com o público a quem se destina. Mas a finalidade da classificação pode-se resumir deste modo:
- na perspetiva dos formandos – tornar os objetivos mais claros; orientar os seu esforços na auto-correção dos aspetos menos conseguidos;
- na perspetiva dos responsáveis – informar sobre a validade dos programas e certificação de competências;
- na perspetiva dos formadores – adequar a programação e as estratégias de formação; auxiliar mais eficientemente os formandos.
Os Sistemas de Classificação
O sistema tradicional, de escala numérica de 0-20 valores, tem sido substituído por um outro em que se usa a escala descritiva de 5 níveis (1-reduzido, 5-elevado). Este sistema levanta também muitas dificuldades se pretendermos fazer a avaliação normativa.
Outros sistemas de cariz mais qualitativo aparecem como a escala de I )Insuficiente), S (Suficiente), B (Bom), MB (Muio Bom).
Um outro sistema de classificação aplica uma escala a uma lista de verificação de objetivos. Assim, cada objetivos definido é classificado de acordo com o nível de desempenho do formando numa escala numérica com três ou cinco níveis.

Na formação a classificação torna-se imprescindível quando o sistema exige uma certificação das aptidões e competências do formando. Parece hoje possível enunciar alguns princípios gerais a que devem obedecer os sistemas de classificação:
- os sistemas de classificação de escala numérica devem ser complementados com relatórios sobre os objetivos em cada área disciplinar ou módulo, sobre o esforço e as caraterísticas pessoais e sociais dos formandos;
- os sistemas de classificação devem ser elaborados em cooperação com todos os intervenientes na formação;
- os sistemas de classificação devem ser baseados numa clara formulação de objetivos dos programas de formação;
- os sistemas de classificação devem fundamentar-se numa avaliação adequada;
- os sistemas de classificação devem ser suficientemente pormenorizados, informativos e compactos, para serem práticos.
ATRIBUIÇÃO DE UMA CLASSIFICAÇÃO FINAL
Concluído o processo de recolha de informações, a avaliação, o formador tem de atribuir uma classificação final.
O formador classifica o formando relativamente a:
- padrões preestabelecidos,
- os outros formandos;
- o seu próprio potencial de aprendizagem.
Este último aspeto parece-nos de difícil execução, por isso a classificação tendencialmente incide sobre os dois primeiros aspetos.
O domínio afetivo só pode ser avaliado, se o formador o previu e desenvolveu atividades de aprendizagem sobre objetivos desse domínio.
Na classificação final, esse domínio deve ser incluído com uma ponderação especifica, de acordo com o programa de formação.
Concluindo, podemos afirmar que a objetividade desejável em qualquer sistema de classificação depende de procedimentos rigorosos e sistemáticos na recolha de informações.
Conclusão
Uma das finalidades da classificação é transmitir aos outros os resultados da aprendizagem.
Princípios gerais, aos quais devem obedecer os sistemas de classificação:
- os sistemas de classificação de escala numérica devem ser complementados com relatórios sobre os objetivos em cada área disciplinar ou módulo, sobre o esforço e as caraterísticas pessoais e sociais dos formandos;
- os sistemas de classificação devem ser elaborados em cooperação com todos os intervenientes na formação;
- os sistemas de classificação devem ser baseados numa clara formulação de objetivos dos programas de formação;
- os sistemas de classificação devem fundamentar-se numa avaliação adequada;
- os sistemas de classificação devem ser suficientemente pormenorizados, informativos e compactos, para serem práticos.
A objetividade desejável em qualquer sistema de classificação depende de procedimentos rigorosos e sistemáticos na recolha de informações.
A seguir: A subjetividade na avaliação »